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27 de out. de 2008

Palavras ao vento




Ela caminhava devagar, sempre devagar, como era seu jeito de caminhar.
Observava as pessoas, os carros, as coisas as plantas. Não sabia andar sem observar tudo a sua volta.
Á sua frente caminhava um casal... Foi impossível não ouvir suas palavras, e a moça dizia: Eu sempre me lembro de você, tivemos nossos problemas e hoje, mesmo longe, me lembro de você, e o nosso amor sempre foi verdadeiro!!
Já tinha ouvido essas palavras antes, ditas diretamente para ela. Essas palavras entraram dentro dela, como shirukens envenenados, e a dor surgiu potente em seu coração e em sua alma. Foi impossível conter as lágrimas.
Seu peito inundou-se de saudade, e de repente o caminhar (sempre confiante) abrandou-se.
Não perdera sua confiança naquele instante, mas permitiu-se sentir saudades e lembrar-se de sua vida, dos momentos ja passados, mas de algum modo eternos.
Viu que a moça a sua frente também chorava... Apressou o passo, pois nesse instante sentiu-se compelida, não a abraça-la como seria seu comum, mas a correr a um telefone, discar números tão conhecidos que faziam parte da sua história e ouvir aquela voz que lhe dissera tantas vezes " te amo"...
No entanto, caminhou segura e rapidamente para a porta de vidro que lhe conduzia e sua vida, e atravessou-a com um suspiro de saudade, mas com a certeza de ser ela mesma.


Apenas isso.




Beijos na alma



Imagem: Beijo Roy Fox Lichtenstein.

Um comentário:

Nieri disse...

Mãe:
Que postagem linda!!!
Fiquei eu com vontade de chorar...
Mas tb preferi sair pela porta!
Lindo...demais... amei.
Que vc continue com esse bom gosto para postagens eternamente.
Te amoooo mto!

Bjokas

Thais