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10 de jun. de 2012

Em mais um dia desses...




Então, um dia você percebe que ela esta lá...
Eu já nem sei o que é mais complicado. Não aceitar que existe um problema, ou entender que ele existe e já não ter como lidar como ele.

Minha médica, foi categórica dessa vez: "Depressão, disse ela - sugiro terapia e um remedinho só pra dominar a angustia."
Eu quis cair na gargalhada, por que parecia muito engraçado vê-la falando comigo como se eu não estivesse ali.
Ou será que não estava mesmo?

Sim, por que hoje em dia eu já não tenho mais tempo para a depressão.
"Doutora eu levanto as 5 da manha todos os dias, trabalho por mais de 10 horas, eu estou muito cansada sim, mas tenho uma casa para administrar, contas a pagar e 3 filhos adolescentes para cuidar. Não tenho tempo pra depressão. Faço tudo isso sozinha!"
O olhar dela, me encarando por cima dos óculos, com aquele sorriso na lateral da boca, dizendo em silencio "E X A T A M E N T E!!", foi devastador.

"Não vou tomar remédios!" assegurei.
Ela assentiu com a cabeça, e cai num choro convulsivo e incontrolável.

Fato.
Saí de la, achando que entendia toda a minha apatia dos últimos dias, meses, talvez anos...
E essa solidão que fica me comendo aqui por dentro, será que tomo remédio pra ela também?

Quer saber odeio admitir que aquela criatura de cara ossuda e branca e dentes perfeitos, vestida de branco como se fizesse comercial de sabão em pó, estava certa.
Só que agora não sei o que fazer com a informação.
Então estou aqui... de novo desnudando minha 'alma deprimida', e sem certeza do que escrevo.
Só escrevo... hora pelo prazer, hora pelo desespero de não saber calar.

É só mais um momento, e uma hora vai passar.
Eu continuo tendo pouco tempo e pouco dinheiro, também, para a depressão.

To vendo que o buraco ta me engolindo, mas uma hora chego ao fundo e a unica saída vai ser subir de volta.
Vou continuar falando, vou continuar escrevendo e vou continuar dizendo o que quero dizer.
Simples assim.

Ah, não quero remédios mais baratos, obrigada!
Quero só continuar sendo eu mesma, deprimida ou não.


Amor à todos.
Beijos na alma.

3 de jun. de 2012





Eu passei um tempão sem aparecer por aqui...
Queria dizer que foi bloqueio literário. Acho chic!
Mas a verdade é que eu precisei desse longo período para reavaliar as coisas a minha volta, e o caminho a seguir.
Curioso que nesse meio tempo, nada de muito novo aconteceu.
Algumas amigos *idos* (alguns já bem tarde, diga-se de passagem) e nenhum novo chegando.
Não sei dizer bem por que, embora em meu coração eu sinta com muita clareza, mas andei com medo de criar relações com as pessoas.
Coisa difícil essa de relações humanas.
E assim fui ficando quietinha no meu casulo.

Eu sempre acho que a gente tem que fazer o melhor possível, para si próprio. E que isso vai acabar afetando as pessoas que a gente gosta. Por isso é preciso saber quais são as escolhas mais sensatas. E o melhor pra mim foi mesmo ficar quietinha.

Outro dia, tive uma experiencia curiosa.
Tenho uma amiga, de longa data, com quem sempre me importei muito. E sei que existe um potencial ali dentro escondido em algum lugar. E eu, linguaruda como sempre, falei que achava que ela devia parar de se "esconder", e acreditem foi a coisa mais doce que eu disse pra alguém nos últimos tempos.
A reação?
Me disse que sou dona da verdade e por isso julgo as pessoas, e que todo mundo devia me dizer isso o tempo todo.

E isso me fez refletir muito e até fazer uma pesquisa!
Na verdade, não! Nunca me disseram isso ou se ofenderam comigo, a menos que tivessem ficado calados...
E sai perguntando mesmo.
Lembrando de momentos, em que fui mais ríspida ou algo equivalente.
E adivinhem só?
Não; ninguém nunca se ofendeu.
E se ficou zangado por um momento, parou pra repensar, e chegou a conclusão de que, mesmo que eu não esteja certa, aquilo podia ser usado em prol de si próprio.
Não é essa a nossa questão?
Não é assim que deveríamos fazer?
Buscar o melhor para nós mesmos, de todas as coisas existentes?
Minha amiga Nathalya, chegou a me dizer que *por vezes odeia me ouvir, mas odeia por que mais tarde vai descobrir que estou certa.*

Enfim, realmente tudo a minha volta ganhou uma nova dimensão com essas percepções e declarações.
Mas eu precisei de tempo pra administrar e até mesmo entender, o que (e se) tinha mudado tanto assim em mim.
Peço desculpas aos meus caros amigos e leitores.
Mas é assim mesmo que eu sou e foi assim que ganhei o carinho e amizade de muitos e perdi muitos.
Mas é isso que tenho a oferecer.

Então chegou aquela fatídica, e adorável, hora onde se faz a seleção natural de todas as coisas.
Que seja, então.

Volto depois com mais calma, com mais coisas pra contar, e pra renovar o estoque.


Amor a todos.
Beijos na alma.