E ela me perguntou qual o peso da culpa que eu carregava nos
braços?
E eu não carregava culpa. Não tinha peso. Não tinha nada.
O que eu carregava era um sentimento maior, morno, que me
confortava. Carregava a alegria por vê-la sorrindo, carregava o tremor do corpo
quando ela me envolvia em seus braços, carregava a lembrança dos nossos olhares
enquanto ela me beijava, carregava a minha entrega a ela. Ainda que fosse
naquele instante.
Não, eu não carregava culpa.
Tinha me despido desse peso, pois ele me impedia de amar. Me
impediria de ama-la, inclusive; E eu queria ama-la. Eu não a queria pra mim,
mas a queria minha. Ainda que fosse naquele instante, naquele beijo, naquele
abraço, naquele desejo.
Não, eu não podia pensar em culpas quando ela me fazia
feliz, quando ela vergava o corpo pra sentir minha pele junto a dela.
Eu não sabia nada de culpas.
Nos meus braços eu carregava amores, cuidados. Carregava
histórias, até lagrimas; E eu carregava escolhas. Muitas delas; algumas
poéticas e outras nem tanto. Mas culpa? Não, eu não sentia culpa. Eu carregava,
também, alegria, afeto, carinho. Carregava desejo. Carregava acalanto, carregava
até broncas. Ah, e cansaço. Eu carregava cansaço!
Carregava, ainda, sonhos e frustrações, carregava alegrias,
e algumas decepções, carregava medo, saudade...
Carrego liberdade!
Mas culpa? Não.
A culpa eu deixo para quem tem.
E para vida deixo um beijo azul de completude, e que siga assim,
muito e amiúde, eterna e ternamente.
Beijos na Alma
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